2006-03-28

"Cada bloguista participante tem de enumerar cinco manias suas, hábitos muito pessoais que o diferenciem do comum dos mortais. E, além de dar ao público conhecimento dessas particularidades, tem de escolher cinco outros bloguistas para entrarem, igualmente, no jogo, não se esquecendo de deixar nos respectivos blogs aviso do 'recrutamento'. Ademais, cada participante deve reproduzir este 'regulamento' no seu blog."

O testemunho foi-me passado pelo Pacheco e transmito-o à Vida (quando ela tiver computador), ao Nando e às três meninas do outro blog.
Cinco das minhas manias:

-Mania de gostar e querer estar com quem gosto! Nem que para isso tenha que fazer milhares de kms num único fim-de-semana. As saudades são para se matar.

-Mania de encarnar outra personagem. O prazer que dá estar num palco.

-Mania de sofrer, de dramatizar, de desesperar, de fazer uma tempestade num copo de água… é um facto!

-Mania de comer muito e bem (embora ninguém acredite!) especialmente doces e comidas pesadas (feijoada e tal e coiso). Chocolate? Não como... absorvo! (Esta é para o meu primo que depois da revelação que fez dificilmente volta a ser credivel como sendo da minha familia! :p)

-Mania de gastar rios de dinheiro em cds originais quando toda a gente diz "mas podes gravar". Gosto dos originais porque são autênticos e não gosto de ouvir um cd gravado, parece sempre incompleto!

Estas são só algumas de muitas, foram as que me lembrei. Se se lembrarem de manias que eu tenha melhores força!

2006-03-27

Dia Mundial do Teatro

O Dia Mundial do Teatro foi criado em 1961 pelo Instituto Internacional do Teatro (ITI). O Dia Mundial do Teatro celebra-se anualmente a 27 de Março nos Centros ITI e na comunidade teatral internacional. Organizam-se diversos eventos nacionais e internacionais para assinalar a ocasião. Um dos mais importantes é a circulação da Mensagem Internacional, tradicionalmente escrita por uma personalidade do teatro de dimensão mundial a convite do Instituto Internacional do Teatro.


MENSAGEM INTERNACIONAL DO DIA MUNDIAL DO TEATRO 2006
UM RAIO DE ESPERANÇA, por Víctor Hugo Rascón-Banda

Todos os dias deveriam ser Dias Mundiais do Teatro, porque nestes 20 séculos, a chama do teatro tem ardido constantemente nalgum canto do mundo.
Ao teatro, sempre se decretou a morte, sobretudo com o aparecimento do cinema, da televisão e, agora, dos meios digitais.
A tecnologia invadiu os cenários e aniquilou a dimensão humana, tentou-se um teatro plástico, próximo da pintura em movimento, que substituiu a palavra. Houve obras sem palavras, ou sem luz ou sem actores, somente máquinas e bonecos numa instalação com múltiplos jogos de luzes. A tecnologia tentou converter o teatro em fogo de artifício ou em espectáculo de feira.
Hoje assistimos ao regresso do actor em frente do espectador. Hoje presenciamos o retorno da palavra ao palco.
O teatro renunciou à comunicação massiva e reconheceu os seus próprios limites que lhe impõem a presença de dois seres frente a frente comunicando sentimentos, emoções, sonhos e esperanças. A arte cénica está a deixar de contar histórias para debater ideias.
O teatro comove, ilumina, incomoda, perturba, exalta, revela, provoca, transgride. É uma conversa partilhada com a sociedade. O teatro é a primeira das artes que se confronta com o nada, as sombras e o silêncio para que surjam a palavra, o movimento, as luzes e a vida.
O teatro é um ser vivo que se consome a si mesmo enquanto se produz, mas constantemente renasce das cinzas. É uma comunicação mágica na qual cada pessoa dá e recebe algo que a transforma.
O teatro reflecte a angústia existencial do Homem e revela a condição humana. Através do teatro, não falam os seus criadores, mas a sociedade do seu tempo.
O teatro tem inimigos visíveis, a ausência de educação artística na infância, que impede a sua descoberta e o seu usufruto; a pobreza que invade o mundo, afastando os espectadores, e a indiferença e o desprezo dos governos que deviam promovê-lo.
No teatro falavam os deuses e os homens, mas agora o homem fala para outros homens. Para isso o teatro tem de ser maior e melhor que a própria vida. O teatro é um acto de fé no valor de uma palavra sensata num mundo demente. É um acto de fé nos seres humanos que são responsáveis pelo seu destino.
É necessário viver o teatro para entender o que se passa, para transmitir a dor que está no ar, mas também para vislumbrar um raio de esperança no caos e pesadelo quotidianos.
Longa vida aos oficiantes do rito teatral! Viva o teatro!


Tradução: Instituto das Artes - Gabinete de Teatro e Gabinete de Comunicação

2006-03-26

Ecce Homo

Desbaratamos deuses, procurando
Um que nos satisfaça ou justifique.
Desbaratamos esperança, imaginando
Uma causa maior que nos explique.
Pensando nos secamos e perdemos
Esta força selvagem e secreta,
Esta semente agreste que trazemos
E gera heróis e homens e poetas.
Pois Deuses somos nós. Deuses do fogo
Malhando-nos a carne, até que em brasa
Nossos sexos furiosos se confundam,
Nossos corpos pensantes se entrelacem
E sangue, raiva, desespero ou asa,
Os filhos que tivermos forem nossos.


José Carlos Ary dos Santos

Arctic Monkeys - Old Yellow Bricks


Rota de colisãO

Lá, entre o Sol e o Si